quarta-feira, 25 de abril de 2012

Santo Amaro tem mais sequestros relâmpagos


A região de Santo Amaro, na Zona Sul de SP, é o local de maior atuação das quadrilhas especializadas em sequestros relâmpagos, segundo levantamento obtido pela reportagem com base nos casos investigados pela delegacia responsável por apurar essa modalidade criminal. É nos bairros Chácara Santo Antônio, Jardim dos Estados, Jardim Santo Antônio, Alto da Boa Vista, Jardim Petrópolis e Jardim Cordeiro que a população corre mais perigo.
Dos 250 casos investigados pela delegacia de combate a sequestros relâmpagos desde novembro do ano passado, 39 aconteceram na região do 11º DP (Santo Amaro). Em segundo lugar no ranking está o 14 DP (Pinheiros), com 24 casos, e 27 DP (Campo Belo), com 15. Para o delegado Alberto Matheus Júnior, chefe da delegacia,  pesa contra essas regiões o fato de concentrarem bairros com alto poder aquisitivo e  centros comerciais.
Os números revelam ainda que o horário mais crítico é entre as 18h e meia-noite – em 70,5% dos casos  foi nesse período em que as vítimas foram rendidas pelos criminosos. “Na madrugada, poucas lojas estão abertas”, diz o delegado.
Nem todos os sequestros registrados na cidade são investigados pela especializada. A cúpula da Polícia Civil pretende tornar obrigatório o encaminhamento dos casos para a delegacia de Matheus Júnior.
moda/ A criação da unidade especializada é um indicativo da necessidade de combater o “crime da moda” em São Paulo. Em seis meses de atuação, a polícia começa a entender a dinâmica de atuação das gangues.
O saque nos caixas eletrônicos deixou de ser o principal objetivo dos criminosos. “Eles perceberam que é muito mais rentável usar o cartão de crédito das vítimas para realizar compras  caras”, afirma Matheus Júnior. Para não chamar atenção, os sequestradores costumam usar trajes sociais ou roupas de grife. Essa é uma maneira de minimizar a chance dos comerciantes conferirem o nome que consta no cartão com o documento apresentado pelo bandido.
Segundo a polícia, o prejuízo médio é de R$ 20 mil por pessoa. As compras são realizadas enquanto a vítima fica em poder dos criminosos armados (normalmente são dois). Outra parte do bando é responsável por dar “cobertura”. As movimentações financeiras são feitas por um terceiro braço da quadrilha.  Ainda assim, os criminosos menos organizados optam por realizar saques com os cartões. Nesses casos, o prejuízo fica entre R$ 1 mil e R$ 3 mil.
Matheus Júnior diz que as vítimas são escolhidas pelo que ostentam: uma bolsa de marca ou um carro de luxo, por exemplo. A violência da abordagem depende da facilidade com que os bandidos conseguem o dinheiro. “Se você esquecer a senha, vai ter problemas”, diz. A atenção é a principal arma para fugir dos criminosos. “Eles se aproveitam do momento em que você descarrega compras ou mexe no som”, alerta.
Duas grandes quadrilhas foram desarticuladas no último mês e a polícia pretende prender uma terceira gangue nas próximas semanas.
Fonte: Rede Bom Dia

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