domingo, 20 de maio de 2012

Quadrilhas atacam em garagem de shopping

As quadrilhas especializadas em sequestros relâmpagos estão agindo em estacionamentos de shoppings e supermercados de São Paulo. Os assaltantes aproveitam a distração das vítimas para praticar os crimes. “São locais com uma falsa sensação de segurança”, afirma o delegado Alberto Matheus Júnior, titular da 3.ª Delegacia Antissequestro Relâmpago.


Dados da polícia mostram que, nos últimos cinco meses, dos 250 casos de sequestros relâmpagos registrados pela delegacia, 41 foram cometidos na região do 11.º Distrito Policial (Santo Amaro), zona sul da capital – 38 deles em estacionamentos de centros de compras. A área de atuação dos bandidos inclui garagens nas imediações das avenidas Roque Petroni Junior, Vereador José Diniz e Nações Unidas (veja quadro).

A polícia identificou três quadrilhas que agem no bairro. Uma quarta foi desmantelada no mês passado, com a prisão da “gangue das loiras”, que cercava mulheres idosas em estacionamentos de shoppings de luxo. “O criminoso vai procurar facilidade. A zona sul tem grandes shoppings e lojas, além de alto poder aquisitivo, o que atrai os criminosos”, afirmou delegado. “E eles andam bem arrumados, sem causar suspeitas.”

Segundo Matheus Júnior, para agir nos centros comerciais, os ladrões escolhem quem atacar de acordo com o volume de sacolas e objetos ostentados. Mulheres sozinhas em carros são as preferidas. Mas há casos com homens. Em 18 de janeiro, por exemplo, um jovem foi cercado, às 22h30, quando entrava no carro, após sair de um shopping da região. Ele foi libertado duas horas depois, na Rua Alexandre Dumas.

“Sinceramente, não tomo tantos cuidados. Me sinto mais seguro aqui do que se parasse na rua e não me preocupo tanto”, disse o administrador Roberto Castro, 41 anos, que estava no estacionamento de um shopping da zona sul na sexta-feira. Ele nunca foi assaltado, mas conhece amigos que foram rendidos ano passado em um mercado da mesma região.

Especialista em segurança pública e privada, Jorge Lordello lembrou que estacionamentos registravam furtos de carros e estepes e, agora, têm sido alvo para sequestros de curta duração. “Shoppings têm orientado a segurança a convidar quem fica esperando alguém sozinho dentro do carro a aguardar fora do veículo, em lugar movimentado”, afirmou. “É para minimizar os riscos.”

O capitão da PM Cleodato Moises disse que ladrões preferem locais com maior concentração de comércio para atacar. “Eles sabem que nesses lugares as pessoas têm um cartão para gastar.” Em supermercados, a situação é a mesma. “Ali, as pessoas também vão colocar as compras no carro e podem estar distraídas.”
A Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings negou que tenha havido uma onda de sequestros. A entidade informou que ocorreram, no máximo, dois ou três casos. A Associação Paulista de Supermercados (Apas) disse que somente os mercados podem comentar o assunto.

O Morumbi Shopping, que está na rota de ação das quadrilhas, informou que, diante do aumento de casos, vem intensificando os cuidados e adequando os procedimentos de segurança. O Shopping Vila Olímpia, por questão de segurança, não comentou o assunto. O SP Market não retornou os contatos da reportagem. 

Fonte: Jornal da Tarde

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